As demências são um grupo de doenças que provocam a perda de habilidades prévias do paciente, podendo comprometer, por exemplo, memória, atenção e linguagem. Dentre os vários tipos de demência podemos destacar:
- Doença de Alzheimer
- Demência com corpos de Lewy
- Demência vascular
- Demência frontotemporal
Doença de Alzheimer
É a doença neurodegenerativa mais comum, sendo a principal causa de demência em pessoas acima de 65 anos. A Doença de Alzheimer causa o declínio de funções cognitivas e da memória, comprometendo as atividades diárias e provocando vários sintomas neuropsiquiátricos e comportamentais.
Dra. Paula Ravenna
A Dra. Paula é neurologista e especialista em Neurologia cognitiva, como a Doença de Alzheimer e os tipos de Demências. Além disso, também é especialista em dor de cabeça.
Se você tem algum problema neurológico ou tem um diagnóstico de alguma doença cognitiva, agende uma consulta para avaliar qual o melhor tratamento para seu caso, de forma individualizada e humanizada.
Estágios da doença
A Doença de Alzheimer é progressiva, evoluindo de maneira lenta e irreversível. A sobrevida média das pessoas com Alzheimer oscila entre 8 e 10 anos após o diagnóstico. Podemos destacar quatro estágios ou formas da doença:
- Estágio 1 (inicial): alterações na memória e concentração, na personalidade e nas habilidades visuais e espaciais.
- Estágio 2 (moderada): piora da perda de memória, alterações na fala, dificuldade para realizar tarefas simples e coordenar movimentos. Alterações de comportamento e de sono. Pode haver perda importante da autonomia.
- Estágio 3 (grave): Paciente completamente dependente de um cuidador. Em geral o paciente pode apresentar dificuldades para falar, comer e se locomover, além de incontinência urinária e fecal, e deficiência motora progressiva.
- Estágio 4 (terminal): Paciente restrito ao leito. Pode apresentar mutismo, dor à deglutição e infecções recorrentes.
Qual a causa da Doença de Alzheimer?
A doença ocorre devido ao depósito de algumas proteínas no cérebro, que provocam a morte de neurônios. As causas por trás desse mecanismo ainda não foram completamente elucidadas, mas acredita-se que fatores genéticos estejam envolvidos.
Quais os sintomas?
O sintoma mais característico da doença é a perda de memória recente. Alguns sinais e sintomas que podem chamar a atenção são:
- Perda de memória recente.
- Dificuldade para acompanhar conversas.
- Diminuição importante da capacidade de resolver problemas.
- Dificuldade para dirigir automóvel e reconhecer os caminhos.
- Dificuldade para lembrar de palavras.
- Repetição da mesma pergunta várias vezes.
- Irritabilidade.
- Agressividade.
- Desconfiança injustificada.
- Interpretações erradas de estímulos visuais ou auditivos.
- Isolamento.
É importante destacar que a doença possui uma evolução lenta, sendo possível dividir o quadro clínico em estágios com sintomas de gravidades diferentes:
- Estágio 1 (inicial): alterações na memória e concentração, na personalidade e nas habilidades visuais e espaciais.
- Estágio 2 (moderada): piora da perda de memória, alterações na fala, dificuldade para realizar tarefas simples e coordenar movimentos. Alterações de comportamento e de sono. Pode haver perda importante da autonomia.
- Estágio 3 (grave): Paciente completamente dependente de um cuidador. Em geral o paciente pode apresentar dificuldades para falar, comer e se locomover, além de incontinência urinária e fecal, e deficiência motora progressiva.
- Estágio 4 (terminal): Paciente restrito ao leito. Pode apresentar mutismo, dor à deglutição e infecções recorrentes.
Como é feito o diagnóstico da Doença de Alzheimer?
O diagnóstico é principalmente clínico, através de uma consulta minuciosa sobre a história pessoal e familiar, realização de testes psicológicos e exclusão de outras causas.
Estima-se que em cerca de 10% dos casos o diagnóstico seja equivocado, por isso é importante a exclusão de outras causas através dos dados colhidos e de exames complementares, como exames de sangue, quando for o caso.
Fatores de risco
Alguns fatores de risco para o Alzheimer são:
- Idade avançada.
- História familiar.
- Baixo nível de escolaridade.
Como prevenir a Doença de Alzheimer?
O Alzheimer pode ser prevenido pela adoção de um estilo de vida saudável. Manter a cabeça ativa e uma boa vida social, pode retardar ou até impedir a manifestação da doença.
As principais formas de prevenir o Alzheimer e também outras doenças crônicas são:
- Prática de exercícios mentais (estudar, ler, manter a mente ativa).
- Fazer exercícios ou jogos que estimulem o raciocínio, como exercícios aritméticos.
- Boa alimentação.
- Prática de atividades físicas regulares.
- Participar de atividades em grupo.
- Não fumar ou consumir bebidas alcoólicas.
Qual o tratamento da Doença de Alzheimer?
O tratamento para Alzheimer é baseado em reduzir o impacto da doença e melhorar a qualidade de vida do paciente e dos cuidadores. O tratamento pode ser feito através de medicamentos como:
- Donepezila;
- Galantamina;
- Rivastigmina;
- Memantina.
Doença de Alzheimer tem cura?
A doença não tem cura. O objetivo do tratamento é diminuir a velocidade de evolução da doença e preservar as funções intelectuais pelo maior tempo possível. O tratamento precoce permite alcançar melhores resultados.
Demência com corpos de Lewy
A demência com corpos de Lewy é o segundo tipo de demência degenerativa mais comum, logo após o Alzheimer. Ela ocorre devido ao acúmulo de proteínas conhecidas como corpos de Lewy, no tecido cerebral. Esta doença costuma surgir com o avançar da idade, sendo mais comum acima dos 60 anos.
Quais os sintomas?
Os sintomas são semelhantes aos do Parkinson e da Doença de Alzheimer. Dentre os sintomas destacam-se:
- Alucinações
- Perda de memória progressiva
- Dificuldade para concentrar
- Tremores e rigidez muscular
- Algumas características que podem ajudar a diferenciar a doença:
- Oscilação do estado mental no início da doença, com períodos de melhora e de piora.
- A atenção e o estado de alerta costumam ser afetados primeiro, e a memória mais tardiamente.
- A capacidade de copiar e desenhar pode ser prejudicada mais gravemente.
- Sintomas como alucinações, delírios e paranóia são comuns e alucinações tendem a ocorrer mais cedo.
Qual o tratamento?
Apesar de não haver cura para a demência por corpos de Lewy, o tratamento busca controlar os sintomas, através do uso de medicamentos, além da fisioterapia e terapia ocupacional que podem ser úteis para melhorar a qualidade de vida do paciente e dos cuidadores.
Demência vascular
A demência vascular ocorre devido a danos em vasos cerebrais, que diminuem o suprimento de sangue de algumas regiões, ocasionando a morte de neurônios.
Geralmente a doença é causada por acidentes vasculares cerebrais, com múltiplas lesões pequenas, ou algumas grandes. Os sintomas tendem a surgir em crises, e não piorar de maneira gradual.
Os fatores de risco para a demência vascular incluem:
- Hipertensão arterial (pressão alta).
- Diabetes Mellitus.
- Aterosclerose.
- Níveis elevados de colesterol ou outras gorduras no sangue.
- Fibrilação Atrial
- Tabagismo
- Histórico de ter sofrido AVC
Demência frontotemporal
A demência frontotemporal abrange de 5 a 10% dos casos de síndromes demenciais. É uma doença de início insidioso e progride lentamente. Ela se destaca por alterações no comportamento e na personalidade.
Sintomas:
O primeiro sintoma da doença costuma ser uma crise de depressão tardia, seguida por alterações no comportamento, como por exemplo:
- Desinibição (inclusive de cunho sexual).
- Falta de cuidados pessoais e de higiene.
- Falta de atenção.
- Agressividade.
- Distúrbios cognitivos (perda de memória)
- Rigidez mental
- Hiperoralidade
- Labilidade emocional
- Alterações da fala.
Diagnóstico:
O diagnóstico é principalmente clínico, por meio da história de alterações de comportamento e personalidade do idoso, além do exame físico e aplicação de testes para avaliar o estado mental.
Exames de imagem podem ser úteis para auxiliar no diagnóstico, como a Tomografia Computadorizada e Ressonância Magnética.
Tratamento:
O tratamento é bastante limitado atualmente, constituindo-se principalmente de tratamentos sintomáticos.