São doenças causadas por uma inflamação na bainha de mielina dos neurônios do cérebro ou da medula. As Doenças desmielinizantes mais frequentes são a Esclerose Múltipla e a Neuromielite Óptica.
Esclerose Múltipla (EM)
O que é?
Uma doença neurológica autoimune, crônica, que compromete a bainha de mielina que reveste os neurônios. Em geral, a doença acomete pacientes jovens, entre 20 e 30 anos, causando sintomas motores e sensitivos. Uma característica dessa doença, é o surgimento ou piora de sintomas em surtos, que ocorrem de maneira imprevisível.
Quais os sintomas da Esclerose Múltipla?
A esclerose múltipla pode se manifestar por diversos sintomas, como:
- Fadiga intensa (fraqueza ou cansaço)
- Dormências e formigamentos
- Nevralgia do trigêmeo (dor e queimação fortes na face)
- Alterações visuais
- Alterações do equilíbrio e da coordenação motora
- Dificuldade de controle intestinal e da bexiga
- Alterações cognitivas (problemas de memória, atenção, lentificação)
- Alterações de humor
- Depressão
- Ansiedade
- Disfunções sexuais
Normalmente a doença se inicia de forma sutil, com surtos de sintomas transitórios, durando dias ou semanas e melhorando espontaneamente ou com o tratamento. Em cerca de 10 anos, a metade dos pacientes evolui para uma forma progressiva da doença, onde os sintomas deixam de desaparecer completamente após as crises, provocando sequelas definitivas.
Em uma minoria dos casos, a doença pode se iniciar de maneira mais rápida e agressiva, com piora progressiva dos sintomas e dos surtos.
Dra. Paula Ravenna
A Dra. Paula é neurologista e especialista em doenças desmielinizantes, como a Esclerose Múltipla e Neuromielite óptica (NMO). Além disso, também é especialista em dor de cabeça.
Se você tem algum problema neurológico ou tem um diagnóstico de alguma doenças desmielinizante, agende uma consulta para avaliar qual o melhor tratamento para seu caso, de forma individualizada e humanizada.
Como é feito o diagnóstico de Esclerose Múltipla?
O diagnóstico de Esclerose Múltipla pode ser feito por meio de exames complementares de imagem ou laboratoriais. A Ressonância Magnética do crânio e da coluna (medula espinhal) é a principal ferramenta para o diagnóstico da EM e de outras doenças desmielinizantes do SNC. Outros exames que podem ser úteis são a análise do líquor para pesquisa de marcadores específicos e o exame de potencial evocado.
Qual o tratamento de Esclerose Múltipla?
O tratamento da Esclerose Múltipla tem como objetivo melhorar a fase aguda (surto) e aumentar o intervalo entre os surtos. Entre os tratamentos utilizados estão:
- Corticosteroides.
- Plasmaférese terapêutica.
- Imunossupressores e imunomoduladores.
Além do tratamento medicamentoso, as terapias de neurorreabilitação desempenham um papel importante no tratamento da doença, colaborando na adaptação e recuperação do paciente. Alguns exemplos são:
- Psicologia
- Neuropsicologia
- Fisioterapia
- Arteterapia
- Fonoaudiologia
- Neurovisão
- Terapia ocupacional
Esclerose Múltipla tem cura?
A Esclerose Múltipla é uma doença ainda sem cura, mas o tratamento tem evoluído constantemente e pode melhorar a qualidade de vida do paciente e espaçar a ocorrência de crises, ajudando os pacientes a serem independentes e a terem uma vida mais confortável e produtiva.
Recomendações:
- Pratique exercícios físicos. Embora a prática não altere a evolução da doença, ela ajuda no fortalecimento dos ossos, melhora do humor, controle do peso e contra sintomas como a fadiga.
- A fisioterapia ajuda na recuperação de movimentos, principalmente ao estimular a função dos músculos ainda preservados.
- A fisioterapia associada ao tratamento medicamentoso também pode ajudar a reeducar o controle dos esfíncteres;
- Nas crises agudas da doença, é aconselhável o paciente manter repouso.
Neuromielite Óptica
A Neuromielite óptica (NMO), ou doença de Devic, é uma doença inflamatória, autoimune do sistema nervoso central. Ela possui sintomas semelhantes aos da Esclerose Múltipla, mas afeta principalmente os nervos ópticos e a medula espinhal.
Sintomas:
A NMO pode afetar um ou ambos os olhos. Normalmente os primeiros sintomas são relacionados a visão, mas também podem surgir sintomas em outras partes do corpo. Dentre os sintomas destacam-se:
- Dor nos olhos.
- Visão embaçada.
- Perda da visão.
- Dificuldade para andar
- Dormência ou formigamento nos braços e pernas.
- Espasmos musculares em braços e pernas
- Alterações no controle da urina e do intestino
- Soluços intratáveis.
- Náuseas ou vômitos.
- Distúrbios respiratórios
Diagnóstico:
Além da anamnese e do exame físico cuidadoso, o diagnóstico inclui a realização de exames complementares como:
- Pesquisa por anticorpos específicos no sangue
- Ressonância magnética
- Testes oftalmológicos
- Potencial evocado
Tratamento:
Ainda não existe uma cura para a neuromielite óptica. Porém, os tratamentos podem controlar os sintomas e prevenir a recorrência. O tratamento pode evolver:
- Corticosteroides.
- Plasmaférese terapêutica.
- Imunossupressores e imunomoduladores.
Texto muito informativo gostei bastante